“Nunca vi uma coisa selvagem ter pena de si mesma.” D. H. Lawrenc.
Dicionário: Selvageria sf. Qualidade, ato ou procedimento selvagem.
O Avestruz
“O avestruz bate alegre as suas asas; acaso, porém, tem asas e penas de bondade? Ele deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó, e se esquece de que algum pé os pode esmagar ou de que podem pisá-lo os animais do campo. Trata com dureza os seus filhos, como se não fossem seus; embora seja em vão o seu trabalho, ele está tranqüilo, porque Deus lhe negou sabedoria e não lhe deu entendimento;”(Jó 39.13-17)
Dedico o conteúdo deste capítulo especialmente àqueles que são verdadeiros servos de Deus e fazem a Sua obra. Tenho certeza que a mente de muitos se abrirão para coisas que às vezes não parecem fazer sentido, parecem ser injustas, tudo isso tem um significado divinamente espiritual.
Porque Deus privou o avestruz de sabedoria e entendimento? Nós podemos aprender duas coisas bem complexas com isso, embora não pareça, essa falta de entendimento e compreensão da parte de Deus e dos homens se torna uma qualidade em certas situações do ministério do servo de Deus.
Primeiro: “Ele deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó, e se esquece de que algum pé os pode esmagar ou de que podem pisá-lo os animais do campo. Trata com dureza os seus filhos, como se não fossem seus;”: Mesmo sem ter consciência, esse animal faz com isso, um bem muito grande aos seu filhotes tratando-os dessa maneira. Na vida na selva, meu caro, só existe três coisas: a vegetação que alimenta a presa; a presa e o predador que se alimenta da presa, contudo, o mais esperto, o mais bem preparado é o que vive mais, se ele facilita pra seus filhotes, já era, eles vão crescendo acomodados sem esperar o perigo, der repente, vem o leão, o predador e... Mamãe não vai estar sempre por perto não é, e, o resto você sabe o que acontece depois.
Na Obra de Deus não é tão diferente, acontece coisas semelhantes, por exemplo, desde que iniciei na obra de Deus como evangelista do grupo jovem até hoje no altar, já levei duríssimas repreensões estando errado e outras estando certo. Talvez você já foi uma pessoa caluniada, perseguida, prejudicada, mal vista, humilhada sem culpa ou então o pastor da sua igreja te gritou, foi áspero, rude, prepotente, ignorante com você sem causa alguma, isso é ruim? Aparentemente, sim. Entretanto, isso é muito bom, pois, primeiro; é possível ver se a pessoa realmente nasceu de Deus, porque ainda que a pessoa fique triste, nessas circunstâncias das nove qualidades do Fruto do Espírito, três se manifestam de imediato: longanimidade, domínio próprio e mansidão; segundo: a Bíblia diz que: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos, pois qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se tem tornado participantes, sois então bastardos e não filhos. (Hebreus 12.5-8)”, quando uma pessoa é repreendida, ainda mais sem causa, é Deus preparando aquela pessoa para grandes desafios, é nesses momentos que pode acontecer o batismo de fogo, além do fato disso provar o quão Deus nos considera como filhos, caso não haja esse tratamento em dados momentos para conosco, então somos bastardos e não filhos, conforme o versículo citado. A Bíblia também descreve que Jesus vai voltar vindo sobre as nuvens (Mateus 24.30), no entanto, meu caro, não foi sempre assim, quando Ele chegou aqui não andava em nuvem, nem voando ou carregado pelos outros, andava a pé pelos desertos de uma cidade para outra, na tentação era só Ele contra o diabo, no caminho da cruz não houve intervenção divina e de ninguém, Deus sabia que tinha de ser daquele jeito, Ele se fez de desapercebido, pois se tivesse usado de sabedoria e entendimento logicamente teria intervindo naquele momento, Deus agüentou o rojão, ora, se Ele não facilitou pra que Jesus aprendesse o valor do sacrifício, imagine pra nós que somos falhos e necessitados desse aprendizado. Nem o próprio Jesus que tanto falava do amor e do cuidado com os filhos facilitou para Seus doze discípulos: “Tendo Jesus convocado os doze... Também os enviou a pregar o reino de Deus e curar enfermos. E disse-lhes: Nada leveis para o caminho; nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro, nem deveis ter duas túnicas.” (Lucas 9.1-3) e depois fez o mesmo com outros setenta que enviou, conforme Lucas 10.1-4, sem contar os elogios acompanhados de severas repreensões que Pedro levara. Embora não tenham entendido nada e tenham ficados inconformados, se puseram na condição de servo e acataram a ordem, contudo, mais na frente com a perseguição à igreja eles compreenderam o significado de tudo aquilo.
Pode ser até engraçado, mas há certas autoridades espirituais que já oprimiram alguém sem nem saber o porquê, outros até sabem o que isso representa, entretanto, às vezes é o próprio Espírito Santo moldando o espírito da pessoa, eu, pelo menos, já fui vítima de situações semelhantes, talvez você também.
Contudo, apenas os Nascidos do Espírito são os filhos desse tipo de sacrifício, se porventura, “os servos de Deus” fossem tratados como na época de Jesus como os primeiros discípulos o foram, haveria um esvaziamento generalizado, seria triste por este lado, no entanto, por outro lado seria bom pois saberíamos quem é quem, é como o fogo que acrisola o ouro. O pai que ama disciplina o filho, para que ele valorize as lutas da vida e as conquistas que tiver. Deus abençoe.
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8:18).
De fé em fé
Lima Júnior
adorei o seu blog.
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